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Entrevista Klaus Kaiser – J-Bay

Hoje é o dia de conversar com a lenda da locução Klaus Kaiser, que conhece melhor do que ninguém curiosidades e histórias do circuito mundial. Vamos ver o que teve a dizer sobre as direitas perfeitas da África do sul?

 

Entrevista Klaus Kaiser – J-Bay

1- Klaus, como você vê o crescimento dos atletas goofies em J-BAY? Evento que antes era dominado por regulares.

Klaus Kaiser – O nível do surf ultimamente cresceu absurdamente nos últimos anos. Surfistas goofies tem vencido diversos eventos em point breaks de direitas. Agora, rapidamente, podemos lembrar, nas duas vitórias do Matt Wilkinson em 2016 na Gold Coast e Bells, em 2018 a vitória do ítalo Ferreira em Bells, a vitória do Owen Wright na Gold Coast. Então, os surfistas goofies estão sempre chegando.
Em J-BAY, realmente existia um hiato muito grande dos surfistas regulares, desde 2009 um goofy não fazia final em J-Bay, ano passado o Gabriel bateu o Ítalo em uma final espetacular.

https://www.youtube.com/watch?v=nieZpIzjZaE


2 goofies numa final. Antes deles, o último goofy que fez uma final foi o Damien Hobgood em 2009, perdendo para o Joel Parkinson. Antes disso, a última vitória foi em 84 do Mark Occhilupo. Então realmente uma onda muito difícil para os surfistas goofy, mas devido ao alto nível que o surf chegou nos últimos anos, nós tivemos duas performances avassaladores do Gabriel Medina e do Ítalo Ferreira me 2019.
Eu acho que esquerda ou direita não faz mais tanta diferença assim com o nível que os surfistas têm chegado no circuito mundial.

2- O incidente com o Mick Fanning é um dos fatos do surf que ganharam a mídia no mundo todo. Como a WSL lida com a segurança dos atletas em picos como J-Bay e Margareth River? É uma unanimidade entre atletas e organizadores que estes eventos são 100% seguros?

Klaus Kaiser– Bem, em questão de segurança devido a ataques de tubarão, ela tem um protocolo muito rígido. Principalmente em J-Bay aonde todo ano, invariavelmente, uma bateria ou outra, é pausada devido a presença de tubarões. Os atletas entram nos botes, esperam o tubarão ir embora.
Isso acontece todos os anos. Faço J-Bay direto desde 2009, fiquei 2 anos sem fazer. E os últimos fiz todos.
Inclusive, eu estava lá no ano do ataque de tubarão ao Mick Fanning.
Hoje em dia a WSL, por exemplo na etapa da África do Sul, tem um avião monomotor que fica sobrevoando durante todo dia, sobrevoando a área. Com água cristalina eles vem tubarões. Também jet skis e barcos com sonares.

Isso funciona tanto para J-Bay, quanto para Margareth River.
Quando se tem qualquer presença de tubarão, não importa a distância, o alerta já é acionado. Quando diminui a distância, os atletas são retirados da água. Margareth River, inclusive, teve suas finais transferidas em 2018 para Uluwatu, exatamente pela presença de tubarões. Então, o protocolo é muito seguro, pelo menos funcionou muito bem até hoje.

3- Qual performance em J-Bay não saiu nunca da sua memória? Pode falar de um surfista brasileiro e outro gringo.

Klaus Kaiser – Vou começar pelo surfista gringo. Foi o primeiro ano que foi para J-BAY, foi em 2009. Quem venceu o campeonato foi o Joel Parkinson numa final contra o Damien Hobgood, que até ano passado, era o único goofy que tinha feito uma final, antes do Gabriel e do Ítalo.
O que o Joel Parkinson fez naquele evento …. Estava clássico! Simplesmente as melhores ondas que eu vi quebrar na minha vida foi naquele ano de 2009. 8, 10, 12 pés, mas perfeito, alinhado, nada fora do lugar.
A performance do Joel Parkinson sempre vai ficar marcada na minha memória.

https://vimeo.com/6148007


Em relação a brasileiro, tenho duas baterias que me marcaram muito. Uma foi a bateria entre o Jadson André e o Wigolly Dantas, não tenho certeza qual foi o ano. Wigolly ganhou do Jadson, mas foi uma bateria cheia de noves e oitos, virando toda hora, realmente uma bateria espetacular.

https://www.youtube.com/watch?v=FuBkFjR432s&feature=emb_title


Outra bateria foi ano passado entre o Gabriel Medina e o Ítalo Ferreira.
Porém, não posso deixar de destacar as duas vitórias do Filipinho Toledo, e aquela onda que ele fez dois aéreos, uma onda nota dez. O que ele fez nesses dois anos foi impressionante. Um ano contra o Frederico Moraes e outra contra o Wade Carmichael.
Então essas performances não em saem da cabeça.

4- Quais os principais desafios e dificuldades que os atletas enfrentam na etapa da África do Sul.

Klaus Kaiser – Olha, a África do Sul é uma etapa que todo mundo gosta muito, porque é uma onda muito perfeita. A leitura dela não é fácil, mas é muito perfeita. É muito para frente, muito rápida, em alguns momentos parece que fica impossível de passar, mas você consegue. É uma onda muito desafiadora. Uma outra coisa que prejudica de certa maneira é o frio, é muito frio mesmo.
Mas de resto, J-Bay é um lugar espetacular. Uma cidadezinha aconchegante, acolhedora, um povo alegre, educado, que te recebe muito bem.]

https://www.youtube.com/watch?v=RdkhKF_MZdI

O preço das coisas também é muito barato em relação ao real e ao dólar americano. Então você come muito bem, se hospeda muito bem, por um preço muito bom.
Principalmente fora da época do campeonato em J-Bay, tudo fica bem mais barato.
Vai pegar ondas incríveis, fora as atrações que tem ali perto. Vinícolas, e também, o maior Bunge Jump do mundo, que inclusive eu saltei. A África do Sul é tudo de bom. Um abraço para todos.

Etapa 2021 – Cobertura Blog Brazinco

Esperamos que em 2021 todos possam curtir nosso campeão Adriano de Souza quebrando nas direitas africanas, sempre com a locução emocionante do Klaus Kaiser. A etapa deve se confirmar, por ser uma das favoritas dos surfistas e do público.
O Blog Brazinco vai continuar esperando ansiosamente a volta segura dos eventos, mas neste tempo, vamos continuar contando histórias incríveis como essas.
Fiquem ligados no nosso Blog!

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