Hoje é dia de conhecermos melhor a big rider da #famíliabrazinco. Recém-chegada de Nazaré, em Portugal, Michaela Fregonese conversou com nosso blog sobre sua história, conquistas e batalhas ao longo do caminho.
A curitibana já tem um currículo invejável no surf, currículo que começou a ser escrito quando o surf feminino tinha pouco, ou quase nenhum, espaço na mídia e nos campeonatos.
Mesmo sob a condição de surfista de final de semana, Michaela nunca desistiu do seu sonho de surfar as maiores ondas do planeta.
Como disse Jaques Cousteau, “O mar, uma vez que lança seu feitiço, mantém a pessoa em sua rede de maravilhas para sempre. ”
E assim foi com Michaela, aos 17 já morava em Florianópolis, local que pegou gosto pelas ondas grandes. Em poucos anos, estava no Havaí aperfeiçoando seu big surf.
Michaela voltou ao Brasil com o nascimento do seu filho, anos depois investiu com tudo na carreira de big rider.
Michaela teve seu esforço recompensado com diversos títulos e marcas. Foi campeã do Itacoatiara Big Wave 2019, tem um documentário no canal OFF e teve sua onda em Laguna no primeiro lugar entre as mulheres no ano passado no Brasil e concorreu ao maior campeonato de ondas grandes do mundo, o Red Bull Big Wave Awards.
Agora veja nossa entrevista exclusiva com a casca-grossa da #famíliabrazinco.
Entrevista Michaela Fregonese
Blog Brazinco – Fale um pouco do seu começo no surf?
Michaela Fregonese – Comecei a surfar com 12 anos quando minha irmã mais velha arrumou seu primeiro emprego, na Grajagan, surf shop, loja do Zeco em Curitiba no centro! Primeira loja de surf de Curitiba irada! Ela me deu um Bodyboarder e comprou um para ela de Natal! Então eu ia surfar e convidava minhas amigas para irem comigo, mas elas diziam; não tenho prancha, e eu falava eu tenho duas (risos).
Minha irmã nunca usou a dela. Eu não queria ir sozinha, então era perfeito!! Acabei ficando com as duas e depois tive mais alguns bodyboarders até mudar para o surf de uma vez por todas aos 15.
Blog Brazinco – Quando veio a paixão pelas ondas grandes?
Michaela Fregonese – Aos 17 fui morar em Florianópolis e comecei as surfar na Joaquina, na mole, no Gravata, ande quebravam ondas grandes! Canto Dazaranha também! Floripa tem muitas ondas grandes, lá começou minha paixão pelas ondas grandes, quando fiz minha primeira surf trip pra Noronha também tive contato com os tubos e a laje da cacimba, uma onda muito oceânica!
Blog Brazinco – Qual foi a pior situação que você já passou no mar?
Michaela Fregonese – Já passei alguns perrengues surfando, mas o pior deles foi no meu primeiro campeonato de ondas grandes em Puerto, a quilha atingiu minha barriga e levei muitos pontos. Tive que dormir no hospital sozinha, foi horrível!
Blog Brazinco – Fale um pouco da sua rotina de treinamentos.
Michaela Fregonese – Tento treinar todos os dias no mínimo 2 horas, além de surfar quando não estou com nenhuma lesão. Estou adaptando yôga e apneia, que fazem meu treino ficar bem completo! Por exemplo: 1 hora de natação, uma de funcional + duas horas de surf, se o mar tiver grande ou muito bom prefiro só surfar e me alongar.
Blog Brazinco – Dá para viver do surf?
Michaela Fregonese – Acredito que viver do surf é um sonho para qualquer pessoa, mas é muito difícil de realizar, principalmente para mulheres, no meu caso não é possível viver do surf, e só pude me dedicar ao surf de ondas grandes após minha carreira profissional melhorar, até então não tinha condições! Hoje com os apoios + patrocínios + meu trabalho; consigo ser uma atleta de big waves, já que se trata de uma modalidade muito cara! Equipamento, Jet, viagens, pilotos, resgates. Todos esses custos fazem do Big surf um esporte para poucos!
Blog Brazinco – Fale um pouco de sua parceria com o Protetor Brazinco.
Michaela Fregonese – Brazinco e o único protetor que não sai na água, todos os outros que usei eles não dão conta de horas de surf! Para meu filho também é o único que ele mesmo passa sozinho não escorre no olho, por isso não arde!
Desde a primeira vez que usei, me apaixonei pelo Brazinco, às vezes levo ele para dentro da água comigo pra retocar.
Fotos: WSL, Waves, Ryan Craig, Pedro Rodrigues