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Olá pessoal, o verão já está chegando, e com ele, mais atividades ao ar livre!
O texto da Dra Paula Barroco do dia 19/11/20 no blog me fez refletir mais ainda em prevenção de queimaduras solares e de câncer de pele. Como adultos, essa associação está cada vez mais forte na mente de todos. E as novas gerações de pais e cuidadores estão cada vez mais antenados nas formas de realizar essa proteção.
E as crianças? Elas sabem realmente a importância de proteger sua pele? Tomar sol e depois descascar é normal? Como entrar na cabecinha deles para falar de algo a longo prazo, tipo um câncer de pele?
Quando estão brincando, parece que cada segundo parado conta. Uma cena comum na praia ainda é uma caçada a criançada para renovar o protetor solar. Ou ainda uma chantagem trocando algo de um vendedor ambulante por mais uma “passada”. Como fazer disso a criação de um bom hábito e não uma obrigação chata?
Um dos hospitais mais conceituados no tratamento de câncer de pele do mundo, o MD Anderson Center da Universidade do Texas tem uma cartilha gratuita para que os pais e professores possam ensinar hábitos saudáveis sobre exposição solar às crianças. É um programa que ensina “Sun safety” a crianças em idade escolar, pré-escolar e até antes disso com o propósito de começar o mais cedo possível.
– 1 em cada 5 pessoas irá desenvolver algum tipo de câncer durante sua vida;
– 1 ou mais episódios de queimadura solar durante a infância dobra a chance de desenvolver melanoma na vida adulta.
Esses são dados que podem ser passados facilmente aos pais e professores e multiplicados para crianças maiores.
Algumas dicas do programa são:
Aplicar protetor solar a partir dos 6 meses e criar esse hábito desde cedo pode facilitar a formação desse hábito durante a vida dessas crianças. E não somente com aplicação de reaplicação de protetores solares. Incentivar também o uso de roupas UV, bonés e chapéus, horários saudáveis do sol, busca por sombras.
Dar exemplo. Os filhos imitam muito o comportamento dos pais. Não adianta eles fazerem certinho e um dos pais aparecer todo vermelho.
Sempre falo que toda consulta pediátrica é uma janela de oportunidade para prevenção. Pergunte para seu pediatra sobre proteção solar, principalmente com a proximidade do verão.
Na escola, incentive as crianças a perguntarem aos seus cuidadores sobre o uso de protetor solar, principalmente quando houver atividades ao ar livre. Um estudo do JAMA Dermatology de 2018 (The Important Role of Schools in the Prevention of Skin Cancer) concluiu que políticas de apoio que encorajam os estudantes a usarem protetor solar, programas educacionais que ensinam crianças sobre radiação ultravioleta e mudanças ambientais na escola com a criação de áreas de sombra são algumas das formas que as escolas podem adotar para ajudar a prevenir câncer de pele e suas consequências.
As crianças vão topar mais a proteção ao sol se isso for algo que elas realmente querem. Relacionar a proteção com algo lúdico, associando a super-heróis, personagens de livros, jogos ou filminhos que eles gostam vale a pena.
Brincar com o tamanho das sombras também pode ajudar. Ensinar seu filho que ele estará SUPER protegido quando sua sombra está maior pode incentivar ele a sempre procurar por isso. Se sua sombra estiver pequena (geralmente quando o sol está mais alto, entre 10h e 16h), os raios solares serão mais perigosos e precisam de mais proteção.
Com tudo isso, acredito que estaremos formando uma geração com hábitos solares muito mais saudáveis e mais capazes de praticar exposição solar segura.
Saudações!
